Aline Khoury

Como doação financeira minhas principais contribuições se deram por meio do Rotary International, associação de profissionais multidisciplinares e líderes comunitários que promove atividades de assistência social em suas comunidades e colaboração paralela a programas internacionais de serviço humanitário. O clube de Rotary que acompanho (Rotary Clube São Paulo – Saúde) financia projetos em escolas, centros culturais, creches e hospitais da minha região, além de campanhas de conscientização popular.  Além dessa ação local, os clubes de Rotary da cidade também contribuem com o fundo internacional do Rotary, mantido por diversos tipos de doação – sendo a principal delas reconhecida pelo título Paul Harris, já recebido pela minha família, cuja renda é integralmente revertida para os projetos do Fundo Rotário como vacinações contra a poliomelite no continente africano ou distribuição de moradias de emergência em zonas de catástrofes. Outro domínio em que atuo como doadora é o digital, já que as tecnologias atuais facilitam muito os auxílios desse tipo. Como me interesso bastante por questões de Direitos Humanos e Relações Internacionais, ajudo a Anistia Internacional por doações online, petições e divulgação de campanhas. Pela Internet também tenho doado para vários projetos de crowdfunding nacionais e internacionais especialmente na área cultural, como produções de teatro, dança e música independentes. ” Além da dimensão diretamente financeira, também faço doações de natureza imaterial, colaborando voluntariamente com o meu trabalho. Nesse sentido minhas principais atuações se construíram na AFESU (Associação Feminina de Estudos Sociais e Universitários) e na FFIPP (Educational Network for Human Rights in Palestine/Israel). Pela AFESU lecionei por dois anos aulas semanais de dança e reforço escolar na escola municipal João Cruz Costa na favela do Rio Pequeno (São Paulo). Já na FFIPP comecei a atuar recentemente depois de participar do Estágio Educacional que a instituição promove nos territórios da Palestina e de Israel, com uma intensa formação sobre o conflito da região seguida de um estágio voluntário em uma ONG parceira, que no meu caso se desenvolveu na área de Desenvolvimento Social pela ARIJ – Applied Research Institute Jerusalem.

Sinto que uma das principais influências das doações na minha vida é manter a esperança, já que doar pressupõe acreditar – ao doar para um projeto, eu deposito confiança na ajuda que ele pode promover. Doando, eu renovo minha esperança no altruísmo do ser humano, questionando os arredores que insistem na incapacidade humana de agir nesse sentido. As constantes explorações e violações vão esfacelando nossas expectativas otimistas, por isso as iniciativas que vão contra essa corrente revigoram minha confiança e atraem meu apoio. Minha sensação em relação a uma doação é ainda mais positiva quando o projeto busca não apenas ajudar, mas transformar. Auxílios emergenciais tem muita importância, mas seus impactos não se sustentam se não acompanharem transformações na estrutura da comunidade beneficiada. Projetos com esse intuito transformador me motivam mais porque me fazem acreditar que os resultados podem perdurar de fato. Ao notar o quanto minhas atitudes podem influenciar outras vidas de maneira duradoura, percebo que meu caminho tem um potencial maior do que eu imaginava, e isso me motiva para ampliar essas influências positivas cada vez mais. Ao me envolver com atividades assim, sinto que posso deixar impactos perduráveis – e ao perceber que posso construir esse legado, minha existência adquire uma nova importância, porque ganha uma imensa responsabilidade.

Eu sou Aline Khoury, socióloga e jornalista de 24 anos que trabalha com produção cultural e é fascinada por Política, Filosofia, Teatro, Dança, Artes Visuais e viagens. Depois de me formar em Ciências Sociais na USP e Jornalismo na PUC-SP, trabalhei com oficinas de cinema em periferias nos projetos Tela Brasil. Buscando aprofundar meu preparo para a assistência social, cursei Mestrado em Desenvolvimento Social na Université Paris V na França, para o qual realizei um estudo de campo sobre políticas de patrimônio imaterial em contextos de pobreza na comunidade quilombola San Basilio de Palenque na Colômbia. Desde que voltei de lá tenho atuado como produtora de uma série sobre Política e Cultura brasileiras no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo – IEB-USP em parceria com o SESC e a TV Cultura, experiência que também tem me ensinado muitíssimo sobre as desigualdades, carências e desafios para o desenvolvimento do país.

Para mim, doar é confiar e consequentemente se motivar. Confiar que outras pessoas também estão dispostas a transformar, e assim renovar nossa própria motivação para essa transformação.

Deixe um comentário